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A aula de hoje é sobre: História, Cultura e Tradições da Índia então portuguesa.

 

História

Essa empreitada começou em 1497, quando Vasco da Gama saiu de Portugal, cruzou do Atlântico para o Índico e deu início à expansão europeia para aquela região. Em 20 de maio de 1498, o navegador aportou na costa ocidental da Índia.

A Índia é um país enorme onde se pode encontrar um pedacinho de Portugal. Os primeiros europeus a instalar-se na Índia foram os portugueses, quando Vasco da Gama chegou a Calecute em 1498. Começando por aí, os portugueses passaram a controlar várias zonas da Índia – incluindo Goa, Diu, Damão e Bengala.

A influência portuguesa na Índia, especialmente no Estado da Índia, era muito evidente no século XIX, apesar de duas ocupações britânicas. Ainda hoje se podem ver claras influências lusas na arquitetura indiana: vejam-se monumentos como a Sé Catedral de Goa, a igreja da Nossa Senhora do Rosário, a Igreja de São Francisco de Assis e a Basílica do Bom Jesus. De facto, as igrejas e conventos de Goa são Património Mundial de Origem Portuguesa da Unesco (WHPO).

Mas também na gastronomia os portugueses deixaram a sua marca. A introdução da malagueta em Goa levou à criação do caril, a vinha d'alho inspirou o vindaloo indiano, e o sarapatel alentejano foi o ponto de partida para o prato de Mangalore chamado sorpotel.

Apesar de as línguas indianas pouco ou nada terem mudado com a língua portuguesa, é de realçar que muitos estabelecimentos nas cidades que estiveram sob o domínio português ainda têm nomes portugueses, bem como famílias geralmente mais abastadas que adotam nomes próprios de Portugal. A Língua Portuguesa chegou a ser uma língua oficial menor na Índia, especialmente nos territórios que fizeram parte do Estado da Índia.

Também no Sri Lanka (anteriormente Ceilão) ainda se vivem memórias da influência portuguesa. Uma das mais importantes é a língua indo-portuguesa do Sri Lanka, um crioulo baseado no português, que hoje em dia ainda é falado por um grupo étnico de ascendência Portuguesa e Cingalesa, chamado de Os Burghers Portugueses.

Um pouco da história portuguesa nas Índias.

Goa já era muito próspera antes da chegada dos portugueses. As trocas comerciais eram intensas, com a presença principalmente de hindus e muçulmanos. A partir do final do século XV e, mais efetivamente, no decorrer dos séculos XVI e XVII, os portugueses exploraram todo o subcontinente indiano, fazendo um levantamento exaustivo dos seus povos, tradições e reinos. Segundo Oliveira, além de serem protagonistas da primeira expansão europeia por essas águas, os portugueses se expandiram pela região em um intervalo muito breve: nos quinze primeiros anos do século XVI já tinham se estabelecido em boa parte do índico ocidental e, daí, partiram para os chamados “mares do sul” do continente. Thomaz justifica essa rapidez pelo conhecimento que Portugal tinha das rotas, portos e monções.

Essa empreitada começou em 1497, quando Vasco da Gama saiu de Portugal, cruzou do Atlântico para o Índico e deu início à expansão europeia para aquela região. Em 20 de maio de 1498, o navegador aportou na costa ocidental da Índia. Dois anos depois, em 1500, seguiu a frota capitaneada por Pedro Álvares Cabral para cumprir o intento de estabelecer um ponto comercial em Calecute. Obrigado a abandonar a cidade, este se dirigiu a Cochin, não sem antes abrir fogo contra a cidade sitiada. Em 1502, em sua segunda viagem, Vasco da Gama, em represália ao assassinato de comerciantes portugueses de especiarias, também atacou tal cidade.

Os dois primeiros governantes das possessões portuguesas no local foram o vice-rei d. Francisco de Almeida e o governador Afonso de Albuquerque. Goa foi conquistada em 1510, sob o comando de Albuquerque. Em 1530 se tornou a primeira capital do império marítimo lusitano, abrangendo os empórios comerciais portugueses no Oceano Índico, chamando-se Estado Português da Índia ou Estado da Índia, ao vasto território que incluía desde a África austral ao sudeste asiático. Ramos afirma o quanto os portugueses, séculos depois, no XIX, continuaram a exaltar a figura de Albuquerque, visto como um líder que soube usar não apenas da violência, mas também da diplomacia para obter êxito na conquista. Sua ideia era estabelecer o império português sobre “quatro cabeças”: a cidade de Adém, que tentou conquistar sem sucesso; Ormuz, conquistada uma primeira vez em 1508, perdida e novamente tomada em 1515; Goa, em 1510; e Malaca, em 1511. O domínio do Mar Vermelho, que o controle de Adém e Ormuz garantiria, tinha um significado importante: bloquear o acesso dos muçulmanos.

A tomada de Dio, em 1535, foi mais um momento fundamental para a expansão lusitana na região. A partir de 1543, os portugueses estenderam seu controle sobre Goa, ao chegar a áreas mais afastadas desta cidade: Bardez, Salcette e Marmagoa. A estratégia foi a de dominar todo o litoral, construindo ao longo das costas da Índia uma rede de fortalezas, à volta das quais acabaram por surgir muitas cidades indianas. Sassetti é um dos pesquisadores que salientam o fato de Portugal ter ido muito pouco terra adentro, o que lhes valeu o apelido de “varre-praia”, atribuído pelos nativos.

As fortificações representaram uma estratégia oficial de fixação no território e de controle das rotas comerciais. Doré aponta que a guerra e a diplomacia foram igualmente importantes nesse momento, mas que as fortalezas “representavam a única forma de assegurar o monopólio sobre as redes de comércio, até então manipuladas pelos árabes no Índico”. Em outro estudo, sobre os viajantes comerciais italianos no Estado da Índia no século XVI, Doré apresenta a visão da colonização portuguesa por europeus “de fora” do e reforça a ideia do que chama de “apego” dos portugueses pelo mar e o “desinteresse ou incapacidade” de interiorização no território.

As fortalezas situadas na costa africana e persa, como Sofala, Moçambique, Socotra e Ormuz, asseguravam, por um lado, o caminho marítimo para contornar o Cabo da Boa Esperança e seguir para a Ásia, e por outro lado, a via para o Mar Vermelho e o Golfo Pérsico. Já nas primeiras décadas de presença portuguesa foram construídas também fortalezas no Sri Lanka (Colombo) e no norte da Índia.

Em clara inferioridade numérica, mas sem rivais nos mares, os portugueses – com a supremacia técnica náutica – colocaram como centro do Império o mar. Acima de qualquer outro objetivo, pretendia-se o domínio e a segurança das rotas marítimas. Para tal, além das fortalezas existiam também feitorias e, em menor número, centros urbanos, assegurando a sustentação da citada rede mercantil, que foi privilegiada em detrimento da exploração direta das terras, sendo, por conseguinte, mínima a importância da atividade agrícola.

O Estado da Índia teve a prioridade dos portugueses no século XVI e início do XVII, perdendo espaço paulatinamente para o Brasil a partir daí. Mas não podemos esquecer que Portugal manteve possessões na região até o século XX. E as autoridades reais, durante todos esses séculos, continuaram a deliberar, através de correspondências, sobre assuntos que envolviam questões comuns a todo o Império Português, incluindo Goa. O comércio era uma das principais preocupações, tal como nos mostra o Alvará emitido pela Rainha Maria I, em 8 de janeiro de 1783, a respeito dos encargos que deveriam ser pagos pelas embarcações que levassem fazendas e outros produtos para Goa. Os valores variavam de acordo com as escalas e com o porto de partida. O texto faz referências ao Brasil, às ilhas atlânticas, às possessões na África e à metrópole.

Ainda na esfera da política econômica, data de 1810 um conjunto de documentos que mapeavam as importações e exportações de produtos como fazendas de diversos tecidos, mantimentos, drogas, açúcar e seus derivados e escravos, dos portos dos estados da Índia, Angola e Brasil. Tais informações comprovam o grande dinamismo comercial do Império Português e a interação entre suas diversas colônias, o que nos leva a afirmar que o estudo da economia portuguesa deve levar em conta as trocas e a integração entre as colônias e não apenas a relação metrópole-colônia.

Já sobre a parte administrativa, é possível afirmar que outro fator para o sucesso da colonização portuguesa no século XVI é a conservação dos regimes administrativos preexistentes, “fosse porque faltasse força ou empenho para os alterar, fosse tão-só porque eram dispensáveis”, o que diminuiu a resistência dos nativos à presença portuguesa na região. Porém, tal pressuposto se modifica no século seguinte: uma vez com o território ocupado e a dominação consolidada, Portugal começa a transferir mais efetivamente seu modelo administrativo para a colônia. Alegria afirma, a partir do início do XVII, que o Estado da Índia se tornou um exemplo de sucesso na transferência de todo um sistema de governo, administração e códigos legais da metrópole para a colônia.

A Coroa portuguesa era representada em Goa pelo governador geral que, normalmente, usava o título de vice-rei, sendo-lhe incumbida uma missão de três anos. Ele tinha elevado grau de autonomia, concentrando os governos político, militar, administrativo, judicial e econômico. Apesar de nem todos os governadores da Índia terem recebido o título de vice-rei, a denominação de capitão-general da Índia demonstra a importância da componente militar e naval do cargo – construção de fortes, viés de guerra santa e necessidade de dominar militarmente com o fim de obter vantagens econômicas e atender à política mercantilista lusitana.

Havia também o Conselho de Estado, órgão de caráter consultivo, para apreciação das matérias consideradas mais importantes. A Carta Régia de 12 de Janeiro de 1591 estabeleceu que o vice-rei ou governador reunisse em conselho os fidalgos e pessoas de experiência e, em seguida, remetesse para o reino os seus pareceres.

No reino, diversos órgãos assistiam o rei nos negócios ultramarinos: o Secretário dos despachos e coisas da Índia (Regimento de 24 de Março de 1530); o Conselho da Índia (Regimento de 26 de Julho de 1604); o Conselho Ultramarino (Decreto e Regimento de 14 de Julho de 1642); o Conselho da Fazenda, através da Repartição da Índia, Mina, Guiné, Brasil, ilhas de São Tomé e Cabo Verde (1591-1642), Repartição da Índia e Armazéns (1642- 1804), e Repartição da Índia e Ordens (1804-1833); a Secretaria das Mercês e Expediente (Alvará de 29 de Novembro de 1643); entre outros.

Ainda sobre a administração colonial, é importante salientar que havia uma significativa rotatividade de nomes entre Goa e Salvador (depois, Rio de Janeiro). Antony fala, em livro, sobre uma constante troca de recursos humanos entre essas duas regiões coloniais [13], fato que é evidente nas fontes primárias do Arquivo Nacional: vê-se uma enorme quantidade de cartas e ofícios emitidos do Rio de Janeiro, este já na condição de centro administrativo do Império Português – após as invasões napoleônicas e a fuga da família real para o Brasil – que dão conta da transferência de autoridades entre Europa, América do Sul e o continente asiático.

Para citar um exemplo, temos o decreto expedido por d. João VI, em 1818, em que ele ordenava ao bacharel João Maria de Abreu Castelo Branco que cumprisse com a função de desembargador na Relação de Goa por 6 anos e que, quando terminasse seus serviços no Estado da Índia, assumisse o cargo de desembargador da Casa de Suplicação do Brasil.

Mais um exemplo é outro alvará de d. João VI, em 1811, ordenando a transferência do doutor Antônio Gomes Pereira da Silva, chanceler da Relação de Goa e Conselheiro da Fazenda de Lisboa para ser conselheiro da fazenda do Estado do Brasil. Esses dados são de relevância para se compreender o percurso profissional dos funcionários de carreira e a manutenção dos cargos mais importantes da administração das colônias nas mãos de um restrito círculo de confiança do rei.

Ainda sobre a citada Relação de Goa, é importante frisar que ela tinha papel central para Portugal na região, tendo a incumbência de julgar, em instância superior, os processos advindos de Moçambique. Seu estabelecimento, já em 1554, demonstra não só que Portugal priorizava a colonização de tal região, mas também que ela já estava em avançado nível de desenvolvimento, necessitando desse tribunal. O fato da Relação da Bahia ter sido criada em 1609 e a Rio de Janeiro somente em 1751 é um indicativo sobre os momentos históricos em que tais cidades estavam em evidência para os interesses portugueses.

Começado o século XVII, o poder português no Oriente, centralizado em Goa, estendia-se desde a costa oriental de África a Malaca, Timor e Macau, passando por Ceilão e São Tomé de Meliapor, dominava o Golfo Pérsico com fortalezas ou feitorias em Ormuz, Mascate, Calaiate, Curiate, Soar, Barém e outras localidades da costa da Arábia até Baçorá. Recebeu, por sua prosperidade, o apelido de “Golden Goa” (Goa de Ouro).

Porém, não esqueçamos que, no decorrer do período filipino, os domínios de Portugal na região sofreram com ameaças de outros países europeus. Houve um enfraquecimento da marinha de guerra portuguesa durante a ocupação do país pela Espanha (1580-1640), o que tornou vulnerável o Estado da Índia às investidas dos muçulmanos e protestantes holandeses e ingleses.

Terminada a União Ibérica, em 1640, Portugal passou a ter novo rei. Em finais do ano de 1642 a esmagadora maioria das praças portuguesas na Ásia tinha já aclamado d. João IV como seu soberano. De Moçambique a Macau, diversas cerimônias e discursos haviam consagrado e reconhecido a nova situação política. Souza mostra que, após a aclamação de D. João IV, as autoridades de Goa enviaram votos parabenizando o novo rei e, ao mesmo tempo, manifestaram desejo de que seus pedidos e necessidades tivessem a atenção real, o que julgaram não ter ocorrido por parte do governo espanhol.

Após terem recuperado a independência, os portugueses constataram que já não possuíam grande parte das suas possessões e que não tinham meios para defenderem as que ainda lhes restavam no Oriente. Tiveram que fazer escolhas: a estratégia adotada foi concentrar forças em um número reduzido de regiões, que fossem mais interessantes economicamente e onde o cristianismo lograra êxito substancial. Assim, o Estado da Índia reduz-se praticamente a Goa, Damão, Diu e Bombaim. Já na Insulíndia lhes restavam, após ação holandesa em 1640, somente as ilhas de Flores, Solor e Timor.

À época os ingleses e holandeses encontravam-se firmemente instalados nos mares asiáticos e as dinâmicas políticas na Ásia haviam sofrido importantes alterações. O Japão estava sob a égide dos Tokugawa e pusera termo ao comércio com os portugueses. A China encontrava-se com problemas internos e, no ano de 1644, o último imperador da dinastia Ming se suicidou. Na Índia, o império Mogol estava próximo do apogeu, estendendo sua hegemonia a uma parte considerável do subcontinente. Por sua vez, a expansão omanita, sob a égide da dinastia Yarubi, representava uma crescente ameaça para os portugueses no Mar Arábico e na costa oriental africana.

Nesse contexto, já a partir da primeira metade do século XVII a atenção dos portugueses ao Atlântico preteriu Goa. O Brasil se tornou o foco principal dos empreendimentos lusitanos. Além do comércio do açúcar, o tráfico de escravos entre seus domínios da África e da América do Sul também gerava lucro, passando a receber cada vez mais atenção e recursos humanos e econômicos da Coroa. Russell-Wood aponta que, a partir da segunda metade do XVII não só o foco econômico português já se consolidara no Brasil, mas também “o centro de gravidade populacional dos portugueses ficou nas ilhas do Atlântico e nas colônias portuguesas ao redor desse oceano”.

Os britânicos, por sua vez, eram, desde 1665, soberanos do território de Bombaim, espaço fronteiriço do sul da Província do Norte adquirido ao Estado da Índia. A cidade foi negociada pelos portugueses aos ingleses como contrapartida pelo apoio inglês na guerra que Portugal travou contra a Espanha (1640-1668).

Cabe agora ressaltar outra importante faceta de Goa: além de capital, era também o centro religioso de Portugal na região. O Estado da Índia teve forte presença das missões religiosas católicas. Nesse sentido, vale destacar a chegada dos primeiros padres jesuítas, em 1542, e a entrada dos agostinianos, a partir de 1572. Sobre a Companhia de Jesus, Tavares tem importante trabalho no qual analisa as estratégias de aproximação e os mediadores culturais utilizados no encontro com os nativos.

A estrutura militar citada era sempre acompanhada pela construção de igrejas e difusão de missões religiosas. Outro ponto que demonstra a grande importância das ações de catequese é o fato do padre Antonio Vieira ter aconselhado d. João IV a entrega de Pernambuco em troca da manutenção do Estado da Índia e de todo o esforço de evangelização empreendido na Ásia pela Companhia de Jesus. Essa frente asiática de cristianização era vista como fundamental para a expansão da fé católica e consolidação da Igreja.

Ainda sobre aspectos religiosos, uma figura que merece destaque é a de d. Gaspar de Leão, primeiro arcebispo de Goa (1560-1576), que desempenhou um papel significativo no processo de cristianização das terras asiáticas controladas pelos portugueses. Durante o período em que D. Gaspar administrou o Arcebispado de Goa, foi criado o Tribunal do Santo Ofício de Goa, celebrou-se o primeiro Concílio Provincial na região (1567) e foram redigidas as Constituições do Arcebispado de Goa, em consonância com as determinações do Concílio de Trento – incentivadoras da realização de sínodos provinciais e da projeção dos bispos na condução da reforma espiritual do clero e dos fiéis. Por seu papel central no empreendimento de evangelização na Ásia, Goa chegou a ser chamada de “Roma do Oriente”.

Assim como ocorreu em outras regiões que receberam as chamadas missões, também no Estado da Índia encontramos enfrentamento, pois mesmo parcelas da população convertidas continuavam praticando clandestinamente sacrifícios e rituais próprios da sua tradição. Tavares lembra que o cristianismo vivia cercado por cidades e reinos não-cristãos que exerciam pressão e tornaram ainda mais difícil a permanência lusa e o sucesso do cristianismo na região.

Já Xavier tem estudo pioneiro sobre a periferia de Goa e aponta sinais de resistência, inclusive o assassinato de jesuítas pela população local das áreas mais rurais e distantes do centro. A pesquisadora salienta, porém, a enorme importância política que os líderes religiosos adquiriram em Goa e fala da conversão como uma prática que misturava convencimento e força – por um lado, com a construção de igrejas cristãs, muitas vezes nos mesmos locais onde existiam templos de religiões locais, buscavam a aceitação pela mera transposição de valores espirituais do culto anterior para o cristianismo; por outro, com a atuação do Tribunal do Santo Ofício, a violência e punição se mostravam práticas abertas e declaradas.

Xavier explica ainda que, mesmo quando o Estado da Índia vivia momentos de instabilidade financeira, os jesuítas continuavam a acumular riquezas. Tal fato gerava rusgas entre a Coroa a Companhia de Jesus, porém as autoridades políticas sabiam que a presença dos religiosos era fundamental para o sucesso da colonização, pois os avanços econômicos e territoriais estavam estreitamente ligados ao sucesso do avanço da cristianização e a consequente aceitação da presença dos lusitanos pela população local.

Uma vez expulsos os jesuítas das possessões portuguesas, em 1759, a Congregação do Oratório de Santa Cruz dos Milagres de Goa os substituiu no Estado da Índia. Algumas décadas depois, em 1816, o grupo religioso enviou requerimento para o rei d. João VI, à época no Rio de Janeiro – centro do reino português por ocasião das invasões napoleônicas na Europa –, falando da situação de penúria que viviam tais religiosos, com medo de perder suas propriedades devido a diversas denúncias de falta de pagamento de seus compromissos. Na correspondência, os líderes de Santa Cruz dos Milagres relembraram os “imensos serviços” que haviam prestado a Portugal, dizendo que os “arcebispos, os vice-reis e os governadores da Índia empregaram seus padres nas missões do Ceilão, Damão, Malabar e Goa”. Lembraram também que, após a saída dos jesuítas, os padres desta igreja passaram a exercer a função de inquisidores na Mesa do Santo Ofício.

No mesmo conjunto documental citado acima, em um registro de 27 de Junho de 1816 – despacho da Mesa do Desembargo do Paço – o desembargador Diogo Vieira relata toda a situação da igreja naquele momento: a sua falta de recursos para manter as missões e os colégios clericais que estavam sob sua responsabilidade, levando ao seu endividamento; e o preço reduzido de seu principal artigo agrícola, o coco, que havia baixo dois terços do preço que tinha 50 anos antes. Quanto aos colégios de Rachol e Chorão, que serviam para a “educação do clero secular de toda a Ásia”, diz que foram oferecidos a congregação após a expulsão dos jesuítas de Goa – o que se confirma no documento de 17 de Novembro de 1761, presente no mesmo conjunto citado acima –, da mesma forma como já tinha acontecido quando “os padres italianos que foram enviados de Lisboa também saíram dali” – informação que se confirma pelo documento de 26 de Fevereiro de 1793, em que é explicitada a saída de padres italianos de Goa pelo arcebispo Dom Manuel, pedindo providências à Coroa a fim de garantir substitutos.

Os documentos indicam que a Coroa portuguesa atendeu ao pedido dos religiosos e protegeu seus bens, impedindo que fossem levados a juízo ou que viessem a leilão. Um das justificativas foi a menção aos alvarás de 22 de julho de 1740, expedidos pela rainha Maria I, que tomava a decisão de não denunciar os bens que pertencessem a qualquer corporação religiosa.

Mas a saída dos jesuítas e o fortalecimento da congregação de Santa Cruz dos Milagres não foi a única grande mudança que o século XVIII reservou ao Estado da Índia. As transformações geopolíticas, já no início dos Setecentos, inverteram a balança de poderes no Decão e regiões periféricas – cabe citar a fragmentação do império mogol e o crescente poder marata – e colocaram em franco perigo as possessões portuguesas no ocidente indiano. Por outro lado, às insuficiências defensivas portuguesas – menor contingente humano e diminuta capacidade militar e financeira –, adicionava-se a crescente falta de disponibilidade de apoio britânico, somente fornecido em momentos que, hipoteticamente, Bombaim também corria perigo.

O relacionamento luso-marata foi marcado pela contínua hostilidade marata às possessões do Estado da Índia, nomeadamente à Província do Norte, e assumiu o seu auge em meados da década de 1730, uma vez que, nos anos anteriores, as oposições acabaram por ser controladas e minimizadas pela via diplomática.

Os ingleses preferiam a presença dos portugueses do que a dos maratas, a quem atribuíam maior possibilidade de invasão a Bombaim. Porém, diante da grande quantidade de recursos humanos maratas a atuar contra os portugueses, a Inglaterra optou por não se antagonizar de forma aberta, pois entendiam que a vitória marata era iminente e que a tomada de posição contrária daria margem para um futuro conflito anglo-marata. Então, diante dos pedidos constantes de apoio por parte de Portugal, a solução foi o apoio limitado, esporádico e não oficial. Oficialmente a opção foi pela neutralidade, postura essa mais diplomática e que só seria substituída pela via militar algumas décadas mais tarde, depois que o poderio bélico britânico na região havia crescido a ponto de quase garantir a chance de vitória.

Dessa forma, os sangrentos anos de 1739–1740 marcaram o fim da presença e soberania portuguesa sobre a quase totalidade da Província do Norte, que, desde 1534, se encontrava sob o poder do Estado da Índia. Apesar de a situação ser muito difícil para os portugueses, pelo menos o território de Goa não só foi mantido, como triplicado, com Portugal adquirindo aos maratas os enclaves de Dadrá e Nagar-Aveli (1779-1954). A citada tática de concentrar forças em poucas regiões deu certo, pelo menos em relação a Goa, que cada vez mais se consolidava como um dos poucos locais de presença efetiva e domínio luso na região.

A crise econômica e militar de Goa, principalmente depois dos conflitos com os maratas, fica evidente na maior preocupação da Coroa a prestar-lhe ajuda. No acervo do Arquivo Nacional há documentação que mostra a constância com que eram feitos pedidos de Lisboa para que o Rio de Janeiro auxiliasse a capital do Estado da Índia. Um exemplo é a carta do secretário de Estado dos Negócios de Portugal, Marco Antônio de Azevedo Coutinho, à Gomes Freire de Andrade, governador e capitão geral do Rio de Janeiro, datada de 25 de maio de 1745. Coutinho passa a Andrade uma ordem do rei d. João V para que se reunissem mineiros e paulistas a fim de irem até Goa, que passava dificuldades econômicas, e auxiliassem no comércio na região.

Da mesma forma são constantes os pedidos para que embarcações com destino a Goa fossem bem recebidos no Rio de Janeiro, como diz a carta de d. Rodrigo de Souza Coutinho ao conde de Resende, d. José de Castro, recomendando – por ordem de d. Maria – que se tomassem todas as providências necessárias para que uma nau “não sofra embaraço” ou demore no porto do Rio de Janeiro, no qual faria escala a caminho da Ásia. Antony, em estudo sobre as relações entre a Bahia e Goa, revela que isso já acontecia quando Salvador era a capital.

Outra situação interessante de ser mencionada e que pode ainda suscitar muitas pesquisas é a política de degredados. Vários documentos mostram a chegada destes a Goa. Uma carta de 1811, escrita pelo Conde de Aguiar para Francisco Bento Maria Targini, remete aviso da Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha e Domínios Ultramarinos para que oito degredados, que iriam para Moçambique e Estado da Índia na nau de viagem, recebessem uma ajuda de custo de 4 mil reis cada um. [28] Em outro conjunto documental encontramos documento de 1809 no qual consta a mesma prática: o mesmo conde de Aguiar pede a Manuel Moreira de Figueredo que se junte ao desembargador Francisco Lopes de Souza Faria Lemos e vá fazer uma visita aos presos que serão enviados para Goa e Moçambique, distribuindo entre estes o fardamento e o mesmo valor de ajuda de custo.

Passada a guerra com os maratas, na segunda metade do Setecentos – principalmente no período entre 1769 e 1774 – foi feita uma grande reestruturação e modernização administrativa no Estado da Índia, como resultado das reformas pombalinas e da influência do Iluminismo. Percebe-se uma preocupação cada vez maior de Portugal, ao longo da segunda metade do século XVIII, em reorganizar Goa e combater, principalmente, a evasão de recursos por particulares, o que estaria diminuindo os lucros da metrópole.

O decreto de 19 de abril de 1752 definiu que a administração das possessões da costa oriental da África fosse separada do governo do Estado da Índia. Moçambique passou a ter um governo próprio – algum tempo depois, em 1844, o mesmo foi feito com os territórios de Macau, Solor e Timor, restringindo a autoridade do governador do Estado da Índia às possessões portuguesas na costa de Malabar.

Essa racionalização da administração é perceptível nas correspondências e decretos reais. Em carta expedida por ordem do rei d. José I, em 10 de abril de 1769, explicava-se para o governador da Índia, d. João José de Melo, a necessidade de se criar a Junta da Fazenda Real na região de Goa, para arrecadar rendimentos e administrar os bens confiscados. A Junta seria necessária devido ao grande “atraso, descuido e malícia dos Oficiais da Fazenda”, o que nos indica práticas de corrupção e de fragilidade administrativa no Estado da Índia.

Mandou-se remeter ao Erário Régio uma lista de todos os bens do Estado da Índia. Foi feita uma avaliação do rendimento dos ofícios do Estado e o seu envio a Portugal, assim como se realizou a reforma dos ordenados de alguns ofícios e a extinção de outros, além de ser abolido o direito consuetudinário nos ofícios de Justiça e Fazenda e de ser estabelecida uma reforma eclesiástica.

Chegando ao século XIX, mais precisamente em 1843, uma importante mudança político-administrativa ocorre no Estado da Índia: Goa é substituída por Pangim, que passa a ser a nova capital do Estado português na Índia.

Ramos, ao analisar comparativamente a atuação de Portugal no Estado das Índias e no Brasil durante o século XIX, aponta as críticas que os portugueses da época fizeram sobre a colonização do Estado da Índia. O pesquisador explica que, para os lusos, a colonização do Estado da Índia só obteve real sucesso no século XVI e parte do século XVII, tendo sofrido depois com corrupção, erros administrativos e, principalmente, com a falha dos portugueses em lidarem com a população local. Ao invés de trabalhar para conquistar “a simpatia e estima dos índios”, a empresa portuguesa na região consistiu “num puro exercício de violência”, o que levou, a longo prazo, ao seu fracasso.

A seguir, podemos ver algumas das principais cidades e o período em que estiveram sob o domínio lusitano. Na região norte: Diu (1535 – 1961), Damão (1539 – 1961), Goa (1510 – 1961), Bombaim (1534 – 1661), Chaúl – também chamada de Revdanda (1521 – 1739/40), Baçaim (1536 – 1739/40). Na região do Malabar: Cochim (1503 – 1663), São Tomé de Meliapor (1523 – 1640), Cranganore – ou Cranganor (1536 – 1663). É possível perceber que uma parte significativa já caiu na segunda metade do século XVII e outras tantas no final da primeira metade do XVIII. As que se mantiveram sob domínio português foram libertadas em 1961, após a ocupação pela União Indiana (UI).

Chegando ao século XX, vemos a perda de força na dominação e a consequente independência das regiões da antiga Índia Portuguesa que ainda restavam. Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) desenvolveu-se na Índia um movimento nacionalista que conduziu à expulsão dos ingleses (1947) e à formação da União Indiana (UI). Na década de 1950 ocorreu a saída dos portugueses dos territórios que aí ocupavam: em 1953 a UI decretou um bloqueio econômico aos territórios sob domínio de Portugal e, um ano depois, ocupou os enclaves de Dadrá e Nagar-Aveli.

Para superar o isolamento, em 1955 Portugal construiu aeroportos em Dabolim (próximo a Goa), Damão e Diu, fundando uma companhia aérea (TAIP - Transportes Aéreos da Índia Portuguesa). Mas a situação tornou-se insustentável: em 1961, Goa, Damão e Diu foram ocupadas pela UI. A ONU condenou a ocupação mas a resolução, que exigia a retirada das tropas indianas, foi vetada pela URSS.

A partir dos anos 1960 os nacionalistas indianos começaram a destruir sistematicamente tudo o que lembrava a presença portuguesa na região. Com o fim do governo de Salazar e, após a Revolução dos Cravos, as difíceis relações diplomáticas foram retomadas e culminaram com o reconhecimento de Portugal à soberania da UI sobre os territórios que a mesma havia ocupado.

Mas a herança cultural e lusófona se manteve. Com cerca de 25% de cristãos, Goa recebeu a visita do papa João Paulo II, em 1986. No ano seguinte, passou a ser o 25º estado da Índia.

Cultura

A cultura indiana é muito rica e diversificada. É uma cultura milenar que recebeu, com o passar dos séculos, várias influências orientais e ocidentais.

A cultura da Índia está marcada por um alto grau de sincretismo e pluralismo. Os indianos têm conseguido conservar suas tradições previamente estabelecidas, enquanto absorvem novos costumes, tradições e ideias de invasores e imigrantes, ao mesmo tempo que estendem a sua influência cultural a outras partes da Ásia, principalmente na Indochina e no Extremo Oriente.

A sociedade tradicional da Índia está definida como uma hierarquia social relativamente restrita. O sistema de castas descreve a estratificação e as restrições sociais do subcontinente indiano; também definem as classes sociais por grupos endogâmicos hereditários, que a princípio se denominam jatis ou castas.[1] Os valores tradicionais das famílias indianas são muito respeitados e o modelo patriarcal tem sido o mais comum durante séculos, ainda que recentemente a família nuclear esteja se convertendo no modelo seguido pela população que vive na zona urbana. A maioria dos indianos têm seus casamentos arranjados por seus pais e por outros membros da família respeitados, com o consentimento da noiva e do noivo.[2] O matrimônio é planejado para toda a vida,[2] a taxa de divórcio é extremamente baixa.[3] Casamento na infância é ainda uma prática comum, já que metade das mulheres indianas se casam antes dos dezoito anos.

A gastronomia da Índia é caracterizada por uma grande variedade de estilos regionais e o uso sofisticado de ervas e espécies. Os alimentos básicos são feitos com arroz (especialmente no sul e no leste) e o trigo (predominante no norte).[6] Espécies, como pimenta-preta, que agora são consumidas em todo o mundo, são originalmente nativas no subcontinente indiano. O pimentão, que foi introduzido pelos portugueses, também é muito utilizado na cozinha indiana.
A roupa tradicional varia de acordo com as cores e estilos segundo a região e depende de certos fatores, incluindo o clima. Os estilos de vestir incluem prendas simples como o sári para as mulheres e o dhoti para os homens; outras prendas como salwar kameez para as mulheres e os kurta-pijamas, calças de estilo europeu e camisas para os homens também são populares.

Muitas celebrações indianas são de origem religiosa, ainda que algumas sejam celebradas independentemente da casta ou credo. Algumas das festas mais populares da Índia são: Diwali, Holi, Durga Puja, Eid ul-Fitr, Eid al-Adha, Natal e Vesak. Além destas, a nação tem três festas nacionais: o dia da República, o dia da independência e o Gandhi Jayanti. Uma outra série de dias festivos, variando entre nove e doze dias, são oficialmente celebrados em cada estado nacional. As práticas religiosas são parte integral da vida cotidiana e são um assunto de interesse público.

Artesanato

Quase tão famoso quanto os tecidos, os bordados também são herança do grandioso trabalho indiano, onde contam com variadas técnicas de pontos feitos à mão para enfeitar com detalhes, o tecido. A costura foi desenvolvida ao longo de séculos e segue até os dias de hoje com um trabalho rico e supervalorizado.

O termo artesanato envolve, essencialmente, o processamento de matérias-primas de forma manual, ou com a ajuda de ferramentas básicas, para criar produtos úteis ou decorativos de argila, pedra, papel, pedra, etc., que são feitos por artesãos qualificados. A quantidade de habilidade, paciência e precisão que envolve a confecção dessas belas peças é louvável.

Desde tempos imemoriais, o artesanato da Índia foi amado e respeitado em todo o mundo e deixou todos pasmos. Abençoado com uma rica herança cultural que se reflete na complexidade de seus trabalhos manuais, o país é certamente um verdadeiro paraíso das compras. O artesanato indiano é extremamente antigo e, portanto, o fato indiscutível de que ainda hoje é preservado é uma prova sólida de sua qualidade e importância. A criação de um produto artesanal autêntico envolve uma habilidade e um tempo consideráveis, mas a atenção e o cuidado individuais dados a cada um item é o que o torna tão único.

Papel e importância da indústria indiana de artesanato

O artesanato é uma forma de manter e conservar as ricas formas de arte tradicional e patrimônio, juntamente com os talentos que estão associados à história e ao estilo de vida do povo. A Índia é abençoada com inúmeros artesãos altamente qualificados. Eles aumentaram a eminência do artesanato indiano em todo o mundo. Eles são extremamente importantes em termos de desenvolvimento econômico do país. A indústria de artesanato indiana incorpora cerca de sete milhões de artesãos e 67.000 exportadores, os quais endossam a arte e o artesanato regionais nos mercados doméstico e global. Esses artesãos geralmente são mulheres e pessoas pertencentes à área rural da Índia. Em outras palavras, essa indústria emprega uma série de pessoas das camadas mais fracas da sociedade, que ganham seu sustento com suas peças criativas e, assim, a Índia está orientando a preservação de seus artesãos, sua arte e seu artesanato.

Artesanato étnico indiano que vai roubar sua visão

A Índia é celebrada como a potência do artesanato. O país é um centro de manufatura para a criação de uma variedade de artesanatos que também é famosa no mercado internacional. Apreciar o trabalho artisanal indiano é uma maneira única de desfrutar de sua cultura complexa e muitas tradições. O artesanato da India atravessa a história e ultrapassa fronteiras.

Danças

A dança mais popular da Índia é a Bharathanatyam. É uma dança clássica tradicional, onde os dançarinos fazem lindos e suaves movimentos e poses. As letras deste tipo musical falam das grandes realizações de deuses e heróis da mitologia. Esta dança surgiu há mais de 5 mil anos no sul da Índia e influenciou outros estilos de dança em várias regiões da Índia e do continente asiático.

As principais danças clássicas indianas são: Bharata Natyam, Kathakali, e Kathak manipuri, Kuchipudi, Odissi e Mohini Attam. Além disso, existem inúmeras danças folclóricas e tribais espalhadas por todo o país.

Tal como acontece com outros aspectos da cultura indiana, as diferentes formas de danças originou em diferentes partes da Índia, desenvolvido de acordo com as tradições locais e também absorviam elementos de outras partes do país.

As danças folclóricas são numerosos em número e estilo, e variam de acordo com a tradição local das regiões e respectivo estado, étnicas ou geográficas.

O que primeiro chama a atenção é o ritmo da dança. É um ritmo que poderíamos qualificar como estranho, longe das danças europeias e africanas mais familiares. Qualquer dança tem, por definição, um ritmo inerente, mas aqui toda a dança é construído em torno do ritmo. Dança Africano também pode ser muito rítmico, mas o ritmo é menos geométrico, mais humano. O ritmo da dança indiana aparece como não-humano.

Podemos reconhecer diretamente dança indiana entre outras danças tradicionais, porque é um movimento muito estilizado do corpo.

Seu primeiro objetivo é um visual: os gestos são muito artísticas e agradável de se ver. Gestos, traje e ornamentos estão todos lá para agradar aos olhos.
Enquanto traje e ornamento são apenas acessórios, o movimento alcança além olho do observador e marca o ritmo em sua percepção. Dança indiana é orientada para o público. Se humano ou sobrenatural, visível ou invisível, a audiência é em delírio. Cada gesto sucessivo do bailarino é uma surpresa para os olhos. Em frente a dançarina, que pode ser de espanto constante, quase hipnótico fascínio.

Dança indiana não faz uso de gestos naturais do corpo. Todos os gestos são completamente transformada. É uma nova linguagem para aprender, um sistema técnico e estético de memorizar. A dança não reproduz, gestos cotidianos ordinários do organismo.

Esta é uma alusão à definição da dança: tem um ritual, dimensão sobrenatural e divina. Diferencia-se das atividades banais. Mesmo quando um gesto doméstico é reproduzida, quando descreve uma cena, ela é executada de uma forma estilizado, integrado no ritmo da dança e qualidade estética. Andar a pé e outros tais ações comuns são muito diferentes dos seus equivalentes dançavam. Dança indiana nunca desiste retratos realistas.

Segundo a tradição hindu, a dança não foi uma criação humana, mas divina. De acordo com os Vedas, textos sagrados do hinduísmo, a humanidade aprendeu a dançar aravés da relação divina.

Os deuses eram excelentes dançarinos, e a sua arte marcava todos os momentos da existência ao longo das eras. A dança não era apenas uma expressão da dinâmica universal, mas a própria dinâmica em si.

É quase impossível, portanto, dissociarmos a dança de valores eternos advindos da religião.

Existem várias versões sobre a origem da dança vamos sinetizar em quatro:

1 O conquistadores Arianos afirmam que a dança foi criada por Brahmam.

2 Os povos que viviam na Índia antes da invasão ariana os Dravidianos afirmam que a dança foi criada por Shiva. O mais antigo deus da Índia seu culto é mais popular no Sul. Segundo a mitologia, foi na cidade de Chidambaram, Estado de Tamil Nadu Sudeste da índia-, que Shiva teria colocado o universo em movimento por meio de sua dança. Shiva Nataraja o Senhor dos Dançarinos.

3 A filisofia Vaishnava aponta Krishna como criador da dança.

4 O sistema devadasi. As mulheres celestiais, apsara, como criadoras da dança hindu. Dançavam nas festividades dos céus, e visitavam a terra.
Todas as versões tem de agum modo, suas raízes nos dois tratados de dança Natya Shastra e Abhinaya Darpanam, considerados os textos mais antigos sobre a dança hindu.

NATYA SHASTRA =(tratado sobre o Teatro). Escrito pos vola do século II a.C., é o mais antigo existente sobre as artes cênicas. Enciclopédia sobre teatro, detalhando todos os aspectos envolvidos em uma apresentação artística, por exemplo, as cores adequadas para a maquiagem, os tipos de movimentos de cada parte do corpo e a maneira correta de construir o palco em suas proporções exatas.

ABHINAYA DARPANAM = de Nandikesvara é um manual de gestos e posturas de dança e drama datado do século III d.C.. A palavra chave é Abhinaya, ligada à comunicação de um sentimento a uma platéia.

Abhinaya significa o despertar dos 9 sentimentos chamados navarasa por meio das expressões faciais: surpresa, repulsa, coragem, amor, medo, fúria, serenidade, compaixão.

A palavra abhinaya pode também significar o desvelamento da beleza ou dos vários aspectos da representação por meio das palavras, gestos, maquiagem, figurinos, cenários, etc. DARPANAM = espelho,que ajuda o expectador ver toda a linguagem articulada no palco e compreender sua condição pessoal.

ADAVU = CORPO EM AÇÃO – é a unidade básica da estrutura da dança Bharatha Natyam, os movimentos do corpo, por meio dos quais a dança é criada. A paravra adu significa jogar ou dançar nas línguas do sul da India.

Adavu simboliza o movimento básico ou passo de dança. Os adavus resultam das combinações de anga, upanga e pratyanga.
Estas são as três partes em que, segundo a tradição da dança, o corpo humano pode ser dividido. Anga se refere ao um conjunto formado por cabeça, mãos, tórax, cintura, bacia e pernas.

Pratyanga se refere aos ombros, braços, estômago, coxas, joelhos e punhos. Upanga se refere a olhos, sobrancelhas, pálpebras, boca, mandíbula, lábios, língua, queixo, nariz. Os adavus fundamentais, segundo o Natya Shastra, são Sthanaka e Nritta Hasta.

Sthanaka é a posição inicial da dança, com pés unidos e pernas esticadas. Ardha Mandi ou Ayata Mandalam posição com pés e joelhos voltados para fora (joelhos em grande flexão).

O conjunto de movimentos de mãos, pés e todo o corpo quando o bailarino realiza o adavu recebe o nome de chari.

A dança na Índia é de pelo menos 5000 anos. Uma estátua de uma menina dançando foi encontrada nas ruínas de Mohenjodaro e é datado do século 2 aC aproximadamente.

Muitos grupos dessa dança representam sequências das pinturas da cavernas Bhimbetaka de Madhya Pradesh. O apsaras (Celestials) dançarinos estão esculpidos no gateways de Sanchi.

As pinturas de Ajanta e Ellora, as esculturas de Khajuraho, paredes de templos da dinastia Hoysala, é ampla evidência de popularidade da dança indiana desde os tempos antigos.

Através dos séculos as danças têm sido utilizadas como um veículo de culto e de expressão de emoções na Índia. Os bailarinos (Devadasis) levaram uma vida muito austera, a fim de executar danças sagradas para agradar aos deuses e deusas.

O sistema ainda é prevalente em alguns estados da Índia. Em Karnataka são dedicado à Deusa Yellamma de Savadatti. Em Orissa, são nomeados para executar várias atividades do templo.

O Português viajante, Domingo Paes visitou o Vijayanagar reino em 1520-22 dC e deixou para trás uma vívida descrição dos bailarinos que ele viu no reino. Suas crônicas originais foram preservadas na Bibliothèque Nationale de France, em Paris.

Ele visitou salas especiais de dança onde os jovens bailarinos do sexo feminino foi dada uma formação intensiva. As paredes estavam decoradas com pinturas representando várias danças que ajudaram a coloca os dançarinos para corrigir os seus passos.

O rei, Krishna Devaraya é muito interesse na sua dança educação e esse local é visitado periodicamente pelos bailarinos. Durante as celebrações da Festa Navaratri a dança foi dada grande importância.

Os dançarinos eram enfeitados com inúmeros ornamentos, feitas de ouro, pérolas e diamantes. Às vezes as jóias que usavam eram tão pesado que os bailarinos eram apoiados pelas demais mulheres que os acompanhavam.

Dança na Sociedade Indiana

Nataraja, o deus Shiva dançando, é a suprema manifestação da dança indiana. A lua que adorna em sua cabeça, o símbolo que é o controle completo dos sentidos.

As serpentes ao redor do corpo dele é a prova de seu controle completo sobre forças vitais. Seus pés elevados é um símbolo de triunfo sobre o ego.
O seu conteúdo temático são baseados na mitologia do país. A técnica é baseada na dança de alguns antigos tratados, como o Natya Shastra do sábio Bharata, que foram escritos há quase dois milênios.

A dança indiana consiste em três tipos distintos. Nritta é pura e simples dança com movimentos de tronco e pernas. Nritya está relacionada com expressões faciais, gestos manuais e corpo simbólico. Natya tem os elementos de um drama que é introduzido através da utilização fala muda. Todos os tipos envolvem o uso de mudras, que são tipos de gestos bem desenvolvidos durante a dança.

Os bailarinos utilizam todo o seu corpo para se comunicar com o público.

As principais danças clássicas indianas são: Bharata Natyam, Kathakali, e Kathak manipuri, Kuchipudi, Odissi e Mohini Attam. Além disso, existem inúmeras danças folclóricas e tribais espalhadas por todo o país.

A dança indiana clássica, uma das mais antigas expressões teatrais do mundo, nunca esteve tão atual como nos dias de hoje.

Para aprender a dança indiana, a bailarina precisa não apenas de uma grande dedicação técnica, mas, principalmente, de uma profunda e perfeita integração entre o corpo, a mente e o espírito.

Entre as modalidades clássicas de danças indianas, o Bharatanatyam, cujos movimentos foram detalhadamente descritos no Natya Shastra, considerado o mais antigo texto existente sobre teatro, é a mais tradicional.

Escrito em sânscrito, por volta do ano 2000 A .C., o Natya Shastra, composto de 36 capítulos com 6.000 versos e algumas passagens em prosa, tem sua autoria imputada ao sábio Bharata Muni, embora na Índia sua concepção seja atribuida ao próprio deus Brahma.

O primeiro ensinamento do Natya Shastra diz que o corpo inteiro deve dançar e todas as posturas da dança indiana, com centenas de expressões corporais, possuem um significado simbólico e uma relação com a milenar cultura hindu.

Vinculado ao culto de Shiva, o Bharata-Natyam indica “vinte e quatro movimentos para a cabeça inteira, quatro para o pescoço, seis para as sobrancelhas, vinte e quatro para os olhos, cinqüenta e sete para as mãos, nove movimentos de pálpebras, seis movimentos de nariz, seis de lábios, sete de queixo…”

Além do Bharata Natyam, as principais danças clássicas da Índia são: Kathakali, Kathak, Manipuri, Kuchipudi, Odissi ou Orissi e Mohini Attam.
Há também inúmeras danças indianas tribais em todo o país, danças folclóricas e esportivas, como o Mallakhamb, uma espécie de yoga praticada em um poste de madeira com cordas, que deu origem à Pole Dance, hoje em dia muito praticada no Ocidente.

Carnaval

A Índia como um todo não comemora o Carnava.

O carnaval popular na Índia, acontece somente em Goa e concentra-se em trajes coloridos com dançarinos e procissões. É um evento de três dias realizado de dia e de noite, com bandas em carros alegóricos e pessoas dançando em vários locais. Á semelhança de muitos outros locais este Carnaval realiza-se em fevereiro, quando o lendário Rei Momo toma conta do Estado e as ruas ganham vida.

Esta celebração termina com a dança realizada pelo Clube de Panajim.

Como dito, a Índia não comemora o Carnaval, mas todo ano realiza uma grandiosa festa que agita o país inteiro. É o Festival Holi, uma celebração da chegada da primavera em que as pessoas festejam nas ruas com música, dança, alegria e muitas cores, de acordo com as tradições locais. Outros motivos para comemoração são fertilidade, cores, amor e o triunfo do bem sobre o mal.

O Brasil já teve algumas festas inspiradas no Holi, em que as pessoas usam pós coloridos para pintarem umas às outras. No entanto, o evento original, que acontece há centenas de anos, tem um significado especial para os indianos, e participar da ocasião é uma experiência inesquecível.
De onde surgiu o festival?

Há várias histórias do folclore local que explicam o surgimento do Holi, mas duas são as mais conhecidas.

A primeira começa com o rei Hiranyakashipu e sua irmã, Holika. O rei acreditava ser um deus, e exigia que fosse adorado como tal. Seu filho, Prahlada, recusou-se a fazê-lo pois seguia o deus hindu Vishnu. Repleto de ira pela desobediência do filho, Hiranyakashipu bolou um plano com a irmã para matá-lo.

Holika possuía um xale encantado que a protegia das chamas. Por isso, ela iria levar Prahlada a uma fogueira e ele seria morto, enquanto ela não seria afetada. No entanto, o plano deu errado, pois Vishnu salvou Prahlada e foi Holika que morreu nas chamas. Mais tarde, o rei também foi morto pelo deus e Prahlada assumiu o trono.

A moral da história, celebrada no Holi, é que o bem sempre triunfa sobre o mal.

Já a tradição de usar os pós coloridos vem da história de amor entre as divindades Radha e Krishna. Krishna, que é representado com a pele azul, se apaixona por Radha, que tem a pele clara. Ele se preocupava que a diferença de suas cores fosse impedir que vivessem esse amor e, seguindo um conselho de sua mãe, pediu que Radha pintasse sua pele para que pudessem ficar juntos.

Como são as celebrações do Holi?

O festival acontece anualmente entre os meses de fevereiro e março – sua data varia de acordo com o calendário lunar. Embora tenha mais relevância na parte norte do país e seja uma data tipicamente hindu, é um feriado nacional e, por isso, celebrado em todo seu território. Em 2020, a comemoração será nos dias 9 e 10 de março.

O Holi é um evento igualitário. Em um país com hierarquia e castas bem definidas, é o momento em que as crianças podem brincar com liberdade com os idosos, mulheres pintam homens com cores e as regras de castas são brevemente esquecidas conforme todos entram no espírito da data.

No primeiro dia do festival, acontece o Holika Dahan, em que os indianos acendem enormes fogueiras. No centro da pira fica uma estátua de Holika, que é queimada para simbolizar a purificação do mal. Muitos hindus passam as cinzas em seus corpos para se purificar também.

Pela manhã, quando as fogueiras se apagam, a verdadeira festa, chamada de Rangwali Holi, começa, com as pessoas cobrindo-se de gulal, o fino pó colorido, além de serem molhadas com água. As cores usadas são as do arco-íris, que têm importantes significados no hinduísmo: o verde, por exemplo, simboliza a vida e a alegria, enquanto o amarelo representa o conhecimento, branco a pureza e azul a determinação.

Em geral, os locais terminam o segundo dia do festival visitando amigos e familiares.

Música

A música da Índia é composta por diversos estilos musicais, desde a música clássica indiana até as músicas pop dos filmes musicais indianos de Bollywood. Entre seus expoentes, estão Ravi Shankar e Sheila Chandra. A música tradicional do país é ligada à religião e à filosofia.

A lenda diz que Brama, uma das mais importantes divindades do hinduísmo, ensinou a arte da música a Narada, que por sua vez passou os ensinamentos aos humanos.[1]
Os mais antigos registros musicais locais são aqueles que compõem o Vedas, e as recitações cantadas foram se tonando parte essencial dos ritos de adoração disseminados pelos arianos conforme eles ocupavam a península indiana.[1] Os ensinamentos do Natya Shastra, que data de vários séculos antes e depois de Cristo; e do Sangita Makarandah, dos séculos VIII e IX, também são considerados importantes ensinamentos históricos.

Em tempos relativamente recentes, no século XVII, autores começaram a dividir a música indiana em dois grupos principais: a música hindustani do norte, influenciada pelas culturas árabe e persa; e a música carnática do sul.

Características
Tradicionalmente, acredita-se que a música pode ser produzida pela vibração do éter - música audível apenas para os deuses - e pela vibração do ar - esta feita e ouvida pelos humanos.

Seu sistema melódico se baseia nos ragas, que são a base de criação musical com 5, 6 ou 7 notas relacionadas com as estações do ano, horas do dia, emoções, castas, etc.
Instrumentos

A música tradicional indiana coloca muita ênfase no canto, a ponto de instrumentos serem tocados de forma a se aproximarem da voz humana. Isso não impediu o surgimento de uma considerável variedade de instrumentos, que são divididos em quatro categorias desde os tempos do Natya Shastra: cordas, sopros, percussão de membranas e percussão de metais.

No grupo das cordas, os exemplo mais notórios são o vina e o sitar, parecidos com o alaúde europeu. Já os sopros consistem geralmente em conchas, trompas e flautas, estas últimas comumente tocadas por krishna em suas representações na arte.

Os instrumentos de percussão podem se mostrar versáteis em termos de tonalidade por conta dos tipos de superfícies concêntricas usadas em suas peles e também pela maneira como o músico acerta sua superfície.

Gastronomia

Da culinária do subcontinente indiano, caracterizada pelo extenso uso de vários tipos de temperos, ervas e outros vegetais, além de frutas locais. Cada família da cozinha indiana possui um extenso sortimento de pratos e técnicas culinárias.

A culinária da alquimia e das especiarias. Sem dúvida sua maior identidade é a diversidade de sabores e temperos desenvolvidos pelos cozinheiros do país asiático. Além do sabor, as cores impressionam nos pratos e na cultura em geral.

Na Índia, parte significativa da população (superior a 1 bilhão de habitantes) é vegetariana realçando o uso de vegetais e frutas, cereais e segredos culinários que provocam curiosidade, desde as rotas comerciais antigas com países ocidentais, mas que existem desde o século 2000 ac. Lá, comida e religião também caminham juntas. Alem das religiões originárias do país, outras chegaram após os anos 1000 dc.

Por conta do hinduísmo a vaca é considerada sagrada aproveitando-se desse animal os laticínios em boa parte de sua gastronomia. Segundo a religião, os derivados do leite influem na espiritualidade.

Na culinária o que realça são as especiarias e condimentos fabricados com dezenas de elementos como:

Ervas (folhas secas ou frescas para aroma), especiarias (frutas, raízes, bagas, hortaliças, cascas secas), pimentas como as malaguetas que são cultivadas em todas as suas formas, cores e intensidades. De tão aclamadas acabam sendo utilizadas em festivais e casamentos de forma especial.

Estas chamadas especiarias eram antes apenas comercializadas na Europa via os comerciantes árabes, ou então por meio de caravanas longínquas. No século XV o acesso a especiarias influenciaria no contexto social das pessoas, ou seja, as elitizava.

Daí Portugal chegou às Indias via marítima e o comercio se intensificou sensivelmente. Como há muitos séculos elas estão presentes na culinária européia e muitas já se fundiram com as regionais na tradição gastronômica do país.

A Índia, assim como a maioria dos países orientais, tem no arroz um alimento básico e que é preparado de várias formas pelo país.

Curry é o termo para os ensopados e se diferenciam de região para região da Índia de acordo com os ingredientes disponíveis; já a masala significa temperos que contam com inúmeras receitas regionais. Na composição do curry podem ser usados mais de 20 elementos entre o picante e o adocicado. Geralmente leva cúrcuma, que lhe atribui a cor amarelada. Alem disso constam gergelim, tamarindo, feno-grego, semente de erva doce, cominho, canela, cravo e pimentas, pretas, vermelhas e dedo de moça.

Gengibre, outras pimentas e ervas podem ser usadas nas variações. O curry difundiu-se via os ingleses e atualmente é utilizado em vários pratos além do arroz. O próprio nome é tradução da palavra kari, que significa molho.

Interessante que recentemente algumas pesquisas revelaram que o curry, particularmente a cúrcuma teria propriedades na prevenção de Alzheimer, Parkinson e outras doenças.

A masala é uma combinação de especiarias torradas misturada a sementes. Bastam duas ou mais ervas ou especiarias para ser chamada masala. Estas misturas têm aromas e cores diferentes, algumas de cores fortes, como fossem corantes, mas são naturais.

O Garam Masala é uma combinação mais forte, porém outras apenas mais aromáticas também são encontradas. Elas podem ser combinadas a outros elementos como vinagre e leite de coco, de forma a formar uma pasta.

Além da masala e do curry, a gastronomia indiana também lembra chutney. Eles consistem na parte agridoce da culinária indiana, embora nem todos tenham este sabor. Onde as pimentas, açúcar mascavo e frutos se encontram, junto a vegetais e outras especiarias. Originário de um termo persa antigo significa porção de comida.

Na Índia, ao contrário de alguns produtores europeus, o chutney é produzido na hora de consumir, não para guardar em conserva. O mais difundido é o de manga, mas pode-se encontrar de muitos outros sabores. Chutney de vegetais não cozinham, apenas os de frutos. Em Goa, a ex-colônia portuguesa encontra-se de camarão seco e de coentro. De forma geral existem os doces e os quentes.

Sobram segredos e novidades na elaboração dos pratos desta culinária. E enganam-se aqueles que pensam que a comida indiana é somente ardida. Os sabores podem variar em todas as direções, inclusive agridoce, perfumada e suave.

Além do mais não é a toa que as especiarias fazem sucesso há séculos. Além de destacarem sabores, acentuarem a condimentação e dar cores e aromas aos alimentos, elas também facilitam na digestão e tem inúmeras propriedades medicinais.

Esportes

Os três esportes indianos que vão além da competição. Estas modalidades requerem habilidade unida aos rituais típicos da cultura indiana:

Kalari

Segundo os indianos, o kalari deu origem às artes marciais. A luta, que tem centenas de anos de tradição, foi inspirada nas formas de ataques dos animais e utiliza armas artesanais. Nascido no estado de Kerala, no sul da Índia, o esporte conta com golpes de braços, chutes, agarrões, disputas com armas, posições posturais e métodos de cura.

Os princípios do kalari estipulam que o treino de artes marciais comece com uma massagem corporal com óleo, até o corpo ficar ágil e flexível, coordenando a mente e o corpo. A arte marcial pode variar de acordo com as regiões geográficas de seu local de origem: Kerala. Algumas das lutas coreografadas do kalari podem ser aplicadas à dança, também.

Snake Boat

Há mais de quatro séculos, a Índia pratica o Snake Boat. Uma corrida de canoa gigante, de cerca de 40 metros, com até 103 participantes por time. São 80 equipes que remam pelo lago de Kerala, em busca do troféu, anualmente. Nesse esporte, não existe conflito entre religiões ou castas; todos participam da competição. É um símbolo de harmonia, na comunidade.

A corrida exige a concordância da equipe. Isso porque, além de ter experiência, os atletas precisam saber se comunicar por meio de sons, gestos e olhares, para terem um bom desempenho. Cada bateria é composta por quatro barcos, que competem num percurso de 1.200 metros.

Durante todo o caminho, o público fica de pé, torcendo e gritando. É um grande evento regional. A maioria dos competidores vive ao redor do lago. São pescadores e trabalhadores de barcada. Mulheres também participam da competição.

Kho kho

Este é um dos esportes mais populares, na Índia. O jogo exige aptidão física, força, velocidade, resistência e habilidade. Os jogadores se esquivam, fintam e driblam entre si com velocidade, tornando as partidas muito emocionantes. Cada equipe é constituída por 12 jogadores, mas apenas nove entram em campo para uma competição. O jogo consiste de dois turnos. Oito membros da equipe de perseguição se sentam nos quadrados, na pista central, organizados alternadamente; em direções opostas.

O nono membro é um caçador ativo, que fica em um dos postos, pronto para começar a perseguição. Os jogadores da equipe de perseguição têm que colocar o seu adversário para fora, tocando-os com as palmas das mãos. O Kho-Kho pode ser jogado por homens, mulheres e crianças de todas as idades. O jogo é realizado em campo de terra. Os únicos equipamentos necessários são os dois polos. O tempo de jogo não ultrapassa 37 minutos.
 

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